domingo, 12 de junho de 2011

I wanna hold your hand...



   Um fato muito interessante me fez fazer esse post hoje.
     Quando eu estava hoje dentro do carro, vindo pra casa depois do aniversário do meu irmão, eu estava no meu momento autista. Com fones de ouvido, prestando atenção apenas nas minhas músicas que são criteriosamente escolhidas. Quando eu olhei para o lado, eu comecei a reparar no meu avô. Velho, sem disposição para faze quase mais nada. Sente frio por tudo, não tem mais apetite, toma remédio para dormir. E logo depois de começar a observar isso, tirei um fone de ouvido para ouvir o que eles estavam falando. 
     Minha avó estava falando mal dele, que ele não tem mais animo para nada, que está morrendo. Sabe quando te dá um aperto no coração de ouvir uma coisa dessas? Eu comecei a viajar nos meus pensamentos. Eu nunca aproveitei ele como eu deveria aproveitar. Tenho os quatro avos vivos e mal os vejo. Minha família é pouco unida, e eu acho que eu herdei isso, de alguma maneira. 
     E eu comecei a pensar também que essa família é a minha única fonte certeira de ligação no futuro. E olho para os lado as vezes e não sei com quem contar, não sei em quem me apoiar. Minha família não é a primeira coisa que eu penso quando eu tenho alguma dificuldade. E deveria ser. 
     Fiquei mal com essa situação. Fiquei mal de perceber que eu não deveria ser assim, não deveria apostar em pessoas de fora uma confiança inexplicável e um carinho que eu deveria dar a minha base. 
      E eu voltei a olhar meus avós. E aconteceu uma coisa que eu não consegui conter minhas lágrimas. Meu avô disse para minha avó:
  - Estou com frio, me dá sua mão pra esquentar a minha?
   -Mas minha mão também está fria, estou tentando esquentar ela aqui, não vai adiantar nada.
   - Não tem problema. Só o prazer de segurar sua mão e ter ela aqui com a minha já basta.

     E eu percebi que o falta é o carinho, a dedicação, o amor. Tudo.  E ele queria apenas, segurar a mão dela. E eu queria apenas segurar a mão dele.

( Spicy )

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