sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Another year over



Hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou... Reveillon é sempre assim. A rede globo com aquela mesma vinheta de sempre, apresentando o show da virada, desejando um feliz ano novo e paz pra todo mundo. Em outras palavras: clichê.

E sabe o que é ruim nos clichês? De tanto desejar as mesmas coisas todo ano, elas acabam perdendo o seu valor, a sua intensidade. Por mais que você queira desejar do fundo do seu coração um feliz ano novo para os seus amigos e familiares, qualquer palavra que sair da sua boca vai soar menos intensa do que realmente é. Se eu virar pra você e disser que te desejo um ano cheio de surpresas, alegrias e realizações, você vai simplesmente falar: ah, valeu.

Mas por que essas coisas perderam o seu valor?

Porque, com o passar dos anos, a gente aprende que a vida não é tão fácil assim... E depois de tantas decepções e sonhos frustrados, a gente acaba perdendo a esperança. A gente não consegue mais acreditar que o ano seguinte será ainda melhor que esse ano. Ou no mínimo um pouco menos pior. E com essas frustrações acumuladas, a gente acaba perdendo a vontade de sonhar. Afinal, pra quê sonhar se no final do ano que vem a gente vai perceber que não cumpriu nenhuma meta?

Por um lado isso é verdade. Mas o que muita gente não sabe é que, sem sonhos, nossa vida perde totalmente o sentido. Quem não tem nenhum alvo, nenhuma meta, é como uma pessoa que anda quilômetros até encontrar um ponto de ônibus. Depois de encontrá-lo, ela se senta e espera. Quando vê um ônibus se aproximando, ela dá sinal e sobe. E então é levada para qualquer lugar. Ela pode até estar se movendo, avançando. Mas não vai chegar a lugar nenhum.

Se você começar o ano sem sonhos, pode ter certeza de que você não conquistará nada. Agora, pense comigo: é melhor sonhar e não realizar isso, do que viver sem um sonho. Porque, quando sonhamos, criamos um alvo, descobrimos que direção seguir. Talvez você não consiga chegar ao alvo final, mas com certeza conquistará muitas coisas pelo caminho. E aprenderá muito também.

Então, o que eu desejo para você neste ano novo é: sonhe. Sonhe alto. Sonhe grande. Nunca desista de sonhar. Sonhos são o combustível da nossa vida. E não tenha medo de perder. Quando o mundo fecha uma porta, Deus abre uma janela. Sempre.

Feliz ano novo!

(Pepper)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Butterfly fly away



Era uma simples quarta-feira. Tinha tudo para ser um dia normal, sem programações, sem nada para fazer. Mas meus planos de ficar o dia todo debaixo das cobertas na frente do computador foram frustrados. Ele me ligou, disse que precisava conversar comigo. Ele sabia, eu tinha que abrir o jogo com ele.

Não vou mentir e dizer que não fiquei ansiosa para vê-lo. Quase não dormi naquela noite. No dia seguinte acordei com meu celular vibrando: mensagem dele. Li, me arrepiei, e logo voltei a dormir. Não queria encarar o problema. Preferia deixar tudo como está, mas isso não era mais possível. Tudo mudou.

Arrumei as coisas, passei pouquíssima maquiagem - apenas para esconder as olheiras de uma noite mal dormida - e peguei o ônibus. Não sabia o que falar, não queria falar. Tinha medo de como as coisas ficariam depois dessa conversa. Ele se afastaria de mim? Ele me acharia uma interesseira egoísta? Me culparia pelos seus problemas com ela? Eu me culpo, sempre me culpei.

Meu bolso vibrou. Outra mensagem dele, perguntando se eu ia mesmo. Respondi que estava a caminho. Novamente o celular vibra, junto com meu coração. Ele já estava indo para o lugar combinado.

Perdida nos meus pensamentos, me assustei ao ver meu ponto se aproximando. Desci e fui quase correndo para a lanchonete. Ele não havia chegado ainda. Eu tremia. Pedi uma coca no caixa, quase não ouvi o que a mulher falou, dei logo o dinheiro e peguei a latinha. Fui me assentar na mesa mais ao fundo, perto das plantas. Gosto de plantas, elas me acalmam.

Um, dois, cinco, dez minutos se passaram e nada dele aparecer. Peguei meu celular e comecei a digitar uma mensagem: você vem mesmo ou se perdeu no caminho? Quando ia apertar o botão enviar, ele apareceu com seu sorriso caloroso e um olhar animado. Ele fica tão bem de azul... Me cumprimentou com um toquinho de mão. Eu sabia, nada de aproximações perigosas.

Se sentou na cadeira oposta a minha. Ofereci uma coca, ele recusou. Falamos um pouco sobre o tempo, sobre problemas banais, sobre futebol... Então ele finalmente entrou no assunto que eu torcia para que ele se esquecesse.

- Ok, pode ir falando.

Me senti numa sala escura, amarrada na cadeira, com uma luz branca na minha cara. Imaginei ele falando "tudo o que disser poderá ser usado contra você no tribunal". Minhas mãos suavam e eu sentia que minha pressão baixava. Eu tenho direito a um advogado!

- Não sei por onde começar... Começe você.

Ele olhou nos meus olhos - odeio quando ele faz isso. Se eu não estivesse sentada, com certeza já teria caído desmaiada no chão. Então ele começou a falar. Ele falou tudo, contou tudo que aconteceu nesses últimos dois anos, me lembrou de coisas que eu até havia esquecido. Ele falou de toda a história romântica dele e dela. Descobri detalhes que eu não sabia. Descobri que era recíproco - isso me matou. Ele falou do problema que envolveu minhas amigas. Falou como ele reagiu a isso, falou como ela reagiu a isso. E então ele finalmente chegou ao ponto:

- Você também estava envolvida, não?
- Estava.
- Mais do que superficialmente, como eu pensava.
- Sim.
- E o que você tem a dizer sobre isso?

Então eu abri o jogo. Ele já sabia mesmo. Contei quando meu sentimento por ele começou, falei como reagi ao problema, admiti que fora eu que começara tudo, assumi a culpa. Mas afirmei que, em momento algum, eu me aproximei dele por interesses pessoais. E, em momento algum, eu quis atrapalhar seu relacionamento com ela. Jamais. E falei, por fim, que eu passei a me esquecer para tentar esquecê-lo.

- Você não merece isso tudo. Você pensou mais em mim do que em você - ele disse, abismado.
- Eu sei, eu aprendi a deixar minha felicidade de lado para que outros pudessem ser feliz. Meu erro foi ter pensado que você não era feliz com ela. Hoje vejo que me enganei.
- Você tem que parar de ignorar o que você sente. Claro que agir pela emoção é a pior coisa que existe. Mas seus sentimentos são importantes. E se eu me importo com eles, quem dirá Deus.
- Eu desisto. De verdade, não quero mais isso pra mim. Pode dar certo para os outros, pra você, pra ela... Mas não pra mim. Eu desisti disso, me aposentei do amor.
- Cedo ou tarde você vai receber mais uma oferta de emprego, assim como aconteceu comigo.

Eu sabia que isso não ia acontecer. Não há vagas para mim.

O que mais doía era reconhecer que ele a amava, e ela o amava. E por um momento eu ainda pensei que eu seria o melhor para ele. Como sou ridícula. Como sou indigna de tê-lo, até mesmo como amigo. E ele ainda se preocupava comigo, depois de todos os problemas que causei a ele...

- Bem, fico feliz por saber que a sua amizade era verdadeira. Por algum tempo você acabou se tornando minha melhor amiga. Hoje as coisas com ela voltaram ao normal e ela voltou a ser minha melhor amiga. Mas eu não quero que minha amizade com você acabe.
- Se depender de mim, não vai acabar. Achei até estranho você não parar de falar comigo depois de descobrir isso, pensei que você nem valorizasse nossa amizade.
- Eu valorizo, e muito! Você me ajudou tanto quando eu precisei, e eu me identifiquei muito com você. Afinal, você é igual a mim.
- O que mais me preocupava era pensar que eu podia perder a sua amizade. Você acabou se tornando um irmão pra mim.
- Nada entre nós vai mudar depois disso.
- Mas já mudou.
- Não. Eu só não vou mais te contar alguns detalhes, porque isso ia ser cruel com você. Hoje fico pensando em todas as vezes que eu fiquei falando dela no telefone com você. Você devia sofrer tanto com isso...
- Bem, isso me ajudava a abrir os olhos e ver que eu não tinha chance.
- Eu não vou mais fazer isso. Você não merece nada disso que você passou.

Olhei para minhas unhas, vi o estado em que elas se encontravam. Durante essas três horas de conversa eu havia descascado todo o meu esmalte e elas estavam deploráveis. Assim como o meu coração. Descascado, roído, destruído.

Falamos mais algumas coisas, esclarecemos tudo, ele me perdoou por tudo... Afinal, ele me entende. Enfim, a conversa terminou. Era hora de ir pra casa. Não havia mais segredos entre nós. Pelo menos não por minha parte.

Ele se levantou, eu tambem.

- Então, foi bom conversar com você. Agora sua consciência está limpa? - ele disse, sorrindo
- Acho que sim.

Já ia sair dali quando ele abriu os braços. Ele nunca havia me abraçado, no máximo dado um beijo no meu rosto, mas nenhum contato maior que esse. Eu olhei para ele, para os seus olhos castanhos que me lembram chocolate-quente da starbucks. Olhos que um dia já me fizeram tão bem...

Então eu abri meus braços e o abracei. Era tão... confortável. Seus ombros largos em torno de mim me davam uma sensação de segurança. Mas ao mesmo tempo era macio. Aconchegante. Respirei ao máximo seu perfume, me intoxicando com aquele maldito veneno. Era tão doce.

Logo, aquelas malditas borboletas no estômago voltaram. Me afastei dele, sorri e saí de lá sem olhar pra trás. Atravessei a rua e pisei na praça. Não aguentei e virei meu rosto, a tempo de vê-lo virar a esquina com seu caminhar descontraído. Eu o amava, mas precisava matar aquelas borboletas. Cada uma delas. Arrancar suas asas, despedaçá-las. Depois queimá-las até não restar mais nada. Subi no ônibus decidida a fazer isso.

Cheguei em casa, ainda alheia ao mundo. Alguem havia acabado de estourar a minha bolha de sonhos e falsas esperanças. Era hora de encarar a dura realidade. O que eu iria fazer? Escrever.

E é o que eu estou fazendo agora. A única coisa que me resta fazer. Gostaria de mudar todos os textos que eu escrevi até agora. Afinal, tudo mudou.

Mas é mais fácil escrever um texto novo do que tentar reescrever os antigos.

Bem, e essa sou eu terminando mais um ano sozinha. Quem sabe em 2011, em uma página em branco, alguem não resolva escrever uma nova história? Talvez um dia isso aconteça, quando eu terminar de juntar os cacos e encontre novamente a capacidade de sonhar.

(Pepper)

You and me



Mais um domingo que você me liga, igual faz há alguns meses. E eu ainda perco o fôlego quando vejo seu nome no visor. Como sou estúpida! Você me ignora enquanto ela está com você e ela continua me olhando com uma feição vitoriosa, como se tivesse prazer em destruir a felicidade dos outros. Você não enxerga isso. Aliás, você não sabe ao certo o que vê. Você passa por mim com esse seu jeito desajeitado, me deixa intoxicada com seu perfume, me faz suspirar com seu sorriso, e vai correndo para os braços (ou não seriam garras?) dela. Não sei o que eu vejo em você. Aliás, também não sei ao certo o que vejo.

Você é um idiota, um cara ridículo, uma criança, um bobo-alegre, um deslumbrado, um chato. Mas você é homem, e talvez seja por isso que eu continuo te suportando. Por mais imbecil que você consiga ser, eu continuo aturando suas crises, ouvindo seus murmúrios, lamentando suas decepções, te aguentando. Te amando.

Aí você me liga. Eu deixo o telefone tocar algumas vezes pra não parecer ansiosa. Eu atendo, suspiro, perco o ar. Sua voz inunda meus pensamentos, e todos eles se voltam para você. Sempre você. Você ri de alguma coisinha boba e eu me desmancho com o som suave e agradável na sua risada. Você conversa assuntos banais e eu me sinto nas núvens. Ah, a sua voz é linda, é única. De repente você comenta algo sobre ela - a indesejada, sobre como você sente saudades dela, e vice-versa. Meu coração murcha timidamente, sem querer chamar muita atenção sobre a sua dor. Você desliga e eu ainda fico com o telefone nas mãos, pensando que eu poderia ter falado isso, deixado de falar aquilo...

E eu durmo pensando em você. Em todos os meus sonhos você está presente. Apenas nos sonhos.

Passo a semana inteira preocupada com você. A cada dia as coisas pioram. Ela estraga nossa amizade, apenas para manter o monopólio. Fico mal por causa disso. Me lembro de como eram as coisas até uns meses atrás. Você era meu irmão gêmeo e a gente ria toda vez que descobríamos alguma semelhança entre nós. Tão parecidos... Nós conversávamos sobre tudo e você me entendia. O único. Você me completava de uma certa maneira.

Eu nunca vou entender. Eu nunca vou saber porque a vida é assim. Eu nunca vou entender porque a gente fica mandando indiretas ao invés de falar a verdade na lata, porque a gente continua discutindo por causa dela, nem porque a gente nunca teve nada. Nunca vou entender porque você ainda insiste em conquistá-la, sabendo que ela só quer te usar. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais. Eu e você. Não dá.

Quando penso que você já deixou claro que a gente não foi feito um pro outro, eu digo pra mim mesma que nunca mais vou me render aos seus joguinhos. Eu repito, como um mantra, que não vou permitir que você me use como um step enquanto ela não quer te dar atenção. Eu afirmo, com todas as palavras, que não vou mais amar você.

Mas aí, daqui a uns dias, igual você faz há alguns meses, você vai me ligar. E eu vou me render. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.

Eu sinceramente desisti de te entender. Mas nunca vou deixar de insistir em você.

(Pepper)

domingo, 26 de dezembro de 2010

No one loves you like me... No one.

   Último post meu do ano. Hoje vou postar sobre mais ou menos um pouco do que está acontecendo comigo, o que eu aprendi nesse ano, o que eu espero do ano que vem e o que eu definitivamente não espero e não quero. Vão ser vários posts em um, com várias fotos, músicas que marcaram um pouco meu ano, músicas que transmitem um pouco como eu estou e uma pra fechar bem o meu ano e espero que vocês gostem. Feliz Ano Novo galera. =) 

                                    


You know that I could use somebody
 ( Você sabe que eu preciso de alguém)
Someone like you, and all you know, and how you speak..
( Alguém como você, tudo que você sabe, como você fala..)


   Eu estava bem. Feliz, animada, com as minhas amigas e até mesmo com ele. Estava tudo ótimo, conversando perfeitamente bem e sendo amigos, como ele queria. Nunca fiquei satisfeita com essa situação de ser amigos. Eu sempre fui pra ele uma pessoa especial, e ele sempre foi pra mim alguém que eu queria ter ao meu lado sempre. Mas parece que teria que ser assim, e eu teria que me acostumar... Eu estava conversando normalmente com ele até que ele começou a me irritar, e foi onde tudo começou. Começamos a brigar, a remoer coisas que já estavam resolvidas até que eu perguntei três coisas que foram decisivas para me deixar do jeito que eu estou hoje. "Você sente saudades de quando a gente estava junto? Você tem algum sentimento por mim ? Você faz questão de me ter como sua amiga ou por perto? ". E a resposta para as três perguntas foi um simples não. E essa é a hora que você não quer outra coisa a não ser chorar. E você olha pra onde você está e percebe que sua família está toda sentada atrás de você assistindo uma comédia romântica onde tudo dá certo no final. Por que na vida real não pode ser assim? Isso ninguém nunca vai poder responder. E o pior é que você percebe que você se entrega demais, você se joga nos relacionamentos e sempre sai machucada. E você pega o seu celular, e olha a  música, que ele dizia sempre lembrar de você e ouve aquele verso : " You are my reason for reason." e percebe que aquilo são só palavras que não tem significado nenhum para ele agora. Aqueles 6 meses não tem significado nenhum. 
    Foi ai que eu decidi que não queria falar com ninguém por um tempo. E percebi que foram raras as pessoas que correram atrás de mim pra perguntar se eu estava bem. Raras amigas, raros amigos. E comecei a me perguntar o que eu fiz para que as pessoas realmente não se preocupassem comigo. Acho que eu errei muito com as pessoas esse ano. Muita carência, muita cobrança, muito tudo. As pessoas cansam, e até mesmo aquelas que prometeram que nunca te deixariam, que sempre estariam com você acabam se afastando um pouco. E você percebe que quem fez a merda toda foi você. E que já é meio tarde pra voltar atrás. Percebe que são poucas as pessoas que sentiriam sua falta se você fizesse uma viagem onde ficasse incomunicável, mesmo que essas mesmas pessoas morrem de saudades quando outras estão em lugares de fácil comunicação.   ( Música que combina com isso . )
And there is no combination of words I could say
 (E não há uma combinação de palavras que eu poderia dizer )
 But I will still tell you one thing
 (Mas eu ainda vou te falar uma coisa)
 We're better together 
(Somos melhores juntos).


     E o que eu quero pra 2011? Amigos que se preocupem comigo e que me aceitem como eu sou, mas que também não poupem palavras na hora de me mostrar o que está errado. Amigos que independentemente de tudo, saibam que eu estarei disponível quando eles precisarem de mim. Amigos que consigam me entender pelo menos um pouco, e que eu consiga me sentir amada e fazer com que eles se sintam amados. Um amor que me faça bem. Mas acima de tudo eu pretendo ser uma pessoa melhor, escutar mais, amar mais, ajudar mais e esperar mais. 


( Spicy)


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Here without you 2



Cheguei no shopping meia hora mais cedo que o combinado com o povo. Aproveitei o tempo sozinha e entrei na livraria para dar uma olhada nos livros e cds. Estava tão distraída que não o vi chegar por trás, não havia sentido o perfume que me encantara na primeira vez que nos vimos. O som leve do seu caminhar descontraído não me tirou do redemoinho dos meus pensamentos. Mas foi quando ele me tocou no ombro que eu me sobressaltei, assustada com a corrente elétrica que passou pelo meu corpo. Não precisei nem olhar para trás, seu maldito perfume era inconfundível.

- O que você está fazendo aqui? - perguntei, ainda sem olhar para ele
- Esqueceu que nós somos parecidos? Vim olhar os cds.
- Você sabia que eu estaria aqui?
- Twitter serve para isso. Você disse que chegaria mais cedo. Eu me apressei, torcendo pra te encontrar sozinha. Parece que a sorte estava do meu lado.

Imprevisível.

Não tirei os olhos da estante de cds e passei a procurar qualquer coisa que me interessasse. Sentia seu olhar sobre mim, e ele acompanhava todos os meus movimentos sem dizer nada. Encontrei um álbum bem antigo do 3 Doors Down. Ele estava sem o plástico, e eu o coloquei para tocar no player que ficava na parede do lado da estante. Um solo de guitarra conhecido aos meus ouvidos ecoou no meu coração. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu comecei a cantar cada estrofe, como se elas tivessem sido escritas para mim.

A hundred days have made me older
(Muitos dias me fizeram mais velho)
Since the last time that I saw your pretty face
(Desde a última vez que vi seu lindo rosto)
A thousand lies have made me colder
(Milhares de mentiras me fizeram mais frio)
And I don't think I can look at this the same
(E eu não creio que possa te olhar do mesmo jeito)
But all the miles that separate
(Mas todas as milhas que nos separam)
They disappear now when I'm dreaming of your face
(Elas desaparecem agora enquanto estou sonhando com seu rosto)

I'm here without you baby
(Estou aqui sem você amor)
But you're still on my lonely mind
(Mas você continua em minha mente solitária)
I think about you baby
(Eu penso em você amor)
And I dream about you all the time
(E sonho com você o tempo todo)
I'm here without you baby
(Estou aqui sem você)
But you're still with me in my dreams
(Mas você continua comigo nos meus sonhos)
And tonight, it's only you and me
(E esta noite, somos só você e eu)

Ele deu mais alguns passos em minha direção e percebeu que eu cantava o que queria dizer para ele. Pela primeira vez naquele dia eu olhei em seus olhos. Pela primeira vez ele percebeu a dor que eu sentia. Pela primeira vez ele apenas ficou calado e ouviu.

The miles just keep rolling

(A distância continua aumentando)
As the people leave their way to say hello
(Enquanto as pessoas deixam de se falar)
I've heard this life is overrated
(Dizem que esta vida está sobrecarregada)
But I hope that it gets better as we go
(Mas espero que isso melhore com o passar do tempo)

I'm here without you baby
(Estou aqui sem você amor)
But you're still on my lonely mind
(Mas você continua em minha mente solitária)
I think about you baby
(Eu penso em você amor)
And I dream about you all the time
(E sonho com você o tempo todo)
I'm here without you baby
(Estou aqui sem você)
But you're still with me in my dreams
(Mas você continua comigo nos meus sonhos)
And tonight, it's only you and me
(E esta noite, somos só você e eu)

Everything I know, and anywhere I go
(Tudo que eu sei, e qualquer lugar aonde eu vá)
it gets hard but it won't take away my love
(Isso se torna mais difícil, mas eu não vou desistir do meu amor)
And when the last one falls, when it's all said and done
(E quando o último cair, e quando tudo estiver dito e feito)
it gets hard but it won't take away my love
(Isso se tornará mais difícil, mas eu não vou desistir do meu amor)

Ele não esperou a música terminar, segurou meu rosto entre suas mãos e me olhou intensamente. Na sua insensibilidade masculina, ele havia passado esse tempo inteiro sem nem desconfiar do meu sentimento por ele. Eu o olhava, sem segurar as lágrimas que insistiam em cair. Com o polegar ele as enxugou e beijou minhas bochechas, onde as lágrimas haviam passado. Eu não entendia.

- Porque você faz isso? Eu não significo nada pra você...
- Você sabe que você é tudo pra mim. - ele aproximou seu rosto do meu, ficando a apenas alguns centímetros de distância.
- Tudo o que eu sou é você.

E depois disso eu perdi minha capacidade de raciocinar.

(Pepper)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Here without you



As coisas pareciam finalmente estar caminhando. Suas mensagens ficavam cada vez mais frequentes, e a gente se falava todo dia. Ele era a única pessoa que me entendia, e a sua preocupação por mim fazia eu me sentir amada, afinal. Eu também o entendia, e ajudá-lo era um prazer pra mim. Seus conselhos me faziam crescer e eu me via nele. Ele era capaz de me fazer esquecer que há um mundo cruel lá fora, e me mostrava sempre o lado belo e colorido das coisas. Ele fazia as borboletas dançarem dentro de mim ao som do amor.

Eu o amava, e estava irremediavelmente hipnotizada pelo seu olhar. Seu olhar não era apaixonado, nem sedutor. Mas ele tinha um tom... Uma clemência envolvente que tornava impossível não deixar que isso me acometesse.

Então ela voltou.

As coisas mudaram, e o que antes era cuidado se tornou descaso. As ligações se tornaram raras e ele nem fazia mais questão de me cumprimentar. A amizade cúmplice acabou se tornando uma amizade cheia de interesses egoístas por parte dele. Só ligava para falar dela, ou para pedir alguma coisa. Ele se afastou. Mas não partiu meu coração, ele partiu com ele, levou-o consigo. Ainda assim eu sentia pulsos chocando-se entre minhas vértebras, impulsionando vida.

Meu bip permanecia cantando como sempre; e dessa vez era um pouco diferente. Ele ligava. Meu coração insistia em dar um salto toda vez que eu lia o nome dele no visor do celular.

- Estou tão feliz por tudo ter voltado ao que era antes! Agora as coisas com ela estão finalmente se ajeitando. - ele dizia, com uma empolgação desnecessária. Eu sabia que era só piscar os olhos e ela o largaria novamente. Eu sabia que a esperança alimentada por ele logo seria esmagada por mais uma decepção. E quem estaria lá para confortá-lo? Eu sabia que não seria ela.
- Ah, que bom... - eu desenhava um bonequinho numa forca em um dos post-it esquecidos em minha mesa.
- Ontem eu falei com ela, e foi como se nada tivesse mudado entre nós!
- Hm, que ótimo... - enforquei o bonequinho e passei a procurar a caneta vermelha.
- Ela disse que estava com saudades de mim, e que valorizava muito a nossa amizade! - a voz dele continuava a se propagar, até eu finalmente achar a caneta e voltar ao meu desenho macabro.
- Fico feliz... - falei, entediada.
- Puxa, você está tão estranha esses dias, tão distante... Nem parece a garota que conversava horas comigo, rindo e se alegrando quando eu ficava feliz. - parei de desenhar o sangue escorrendo do meu bonequinho (que eu ainda estava a decidir se era ele ou ela), para então me tocar do que estava acontecendo.
- Eu? - soltei uma risada longa e cheia de desprezo. Eu ria, mas no fundo tinha vontade de chorar. - Acho que você não precisa mais de mim. Afinal, eu fui só um step enquanto você estava mal. Agora que ela está de volta, vocês podem compartilhar essa sua felicidade sozinhos.

E desliguei o telefone. Nunca pensei que um dia seria capaz de fazer isso, mas eu desliguei na cara dele. E, acredite, eu não morri por isso.

Mas logo me lembrei que iria encontrá-lo no dia seguinte. Infelizmente ele frequentava os mesmos lugares que eu. Dormi pensando com que cara olharia pra ele - e que roupa usaria. Eu tinha uma necessidade de estar sempre arrumada perto dele. Talvez fosse apenas instinto feminino. Se bem que ultimamente a única coisa que eu queria mostrar pra ele era meu dedo do meio.

Continua...

(Pepper)

Blind love I could not realize that you do not belong to me..


 Hoje eu vou fazer um post diferente do que eu normalmente faço. Eu falo das coisas que acontecem comigo, que eu estou tentando passar, mas hoje eu vou escrever pra alguns amigos e amigas que estão passando por uma situação que eu já passei e hoje quando eu olho pra trás vejo que por mais que tenha sido difícil, eu fiz o melhor que deveria ter feito e sou muito mais feliz por isso.
 ( Sugestão de música para ouvir enquanto lê )


   Quando as pessoas estão apaixonadas elas não conseguem perceber o que está acontecendo na sua volta. Falam da pessoa que gostam como se nada mais existisse no mundo. Pensam nelas o tempo todo e por mais que digam que vão mudar essa situação não conseguem porque o amor que elas sentem não permite. Entregas, esperas, nada o que é feito parece ser suficiente para suportar tal amor. Até onde vale a pena sofrer? Será que quando muitos amigos que se importam com você e com o seu bem estar falam as coisas você não deveria pelo menos escutar e refletir?
    Tenho vários amigos e amigas nessa situação. As pessoas que eles gostam já deixaram claro que não querem um relacionamento com eles, e parece que nem isso importa. O amor ainda é maior e a dependência aumenta cada dia mais. Sofrer achando que está fazendo o certo é a maior burrice que uma pessoa pode fazer. Sofrer tendo a consciência de tudo é uma idiotice e a maior prova de que o amor está cegando.
     Tem um ditado que fala : "Ruim com eles pior sem eles.".. Eu não concordo. Melhor sem eles. Por mais que seja difícil abrir mão é a melhor coisa a se fazer. Se a pessoa é grossa, só corre atrás quando precisa, só te cumprimenta quando precisa de você, só faz as coisas com um interesse por trás mas o seu coração bate muito mais forte de ver um telefonema ou uma mensagem. Burrice? Cegueira? Os dois. Mas acima de tudo um amor que só faz mal, e acaba cansando as pessoas que estão a sua volta. E como eu disse, eu tenho muitos amigos e amigas que estão cegos. Que criticam as pessoas que amam por fazerem isso, e sem perceber acabam fazendo a mesma coisa. Correr atrás não é a melhor solução. Desistir não é a melhor solução. A melhor solução é abrir mão desse amor, abrir mão de fazer papel de idiota, abrir mão de tudo para o seu bem estar. Felicidade momentânea é melhor do que um pequeno sofrimento e felicidade eterna depois? Acho que não..
       Hoje eu percebo que eu fiz certo em abrir mão, percebo que já não sofro mais por amor, percebo que eu consigo ver as coisas de uma outra maneira. Meu conselho eu já dei... Basta eles agora lerem isso e pelo menos pensarem que as pessoas que eles amam não pertencem a eles e com isso o sofrimento e toda a esperança já não valem mais a pena. Pense nisso.

(Spicy)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Faith like potatoes



Faz um tempinho em que eu não escrevo nada no blog, né? Acho que a última história esgotou meu estoque de criatividade. Ou não. Enfim. Um dia desses eu tava vendo uns filmes na locadora e um deles me chamou a atenção. O nome dele é "O Fazendeiro e Deus".

Quantas vezes na vida a gente pensa: "Cara, como eu queria que isso acontecesse rápido, odeio esperar!" Pois é, eu também odeio esperar. Mas tem certas coisas na nossa vida que exigem paciência. Seu avô terminar de contar um longo caso de infância, a pessoa da frente na fila contar as quinhentas moedinhas do troco, o professor demorar séculos pra perceber que você quer fazer uma pergunta, seus amigos enrolados ficarem horas decidindo pra onde ir depois do culto e no final acabarem indo pro mesmo lugar de sempre... Mas existem coisas mais importantes que exigem ainda mais paciência, como por exemplo: o namoro.

O que eu mais ouço são pessoas reclamando que estão sozinhas, que não conseguem arrumar namorado, que o pretendente está vindo de jegue empacado; e eu preciso admitir que eu era uma dessas impacientes. Eu olhava ao meu redor e via todas as minhas amigas se arranjando, enquanto eu continuava sem ninguém. Meus líderes diziam pra eu confiar em Deus e esperar.

Espere.

Essa palavra dói aos ouvidos, não? Eu não queria esperar. Eu queria alguém o mais rápido possível. E não podia ser qualquer um. Tinha que ser aquele que eu queria.

Mas uma coisa que eu aprendi com esse filme foi que apressar as coisas não dá certo. Como costumam dizer: quem come depressa come cru. Se você quiser tudo na hora que der na telha, você pode até conseguir algo bom, mas nunca conseguirá o melhor.

A mesma coisa acontece com as batatas. O fazendeiro trabalha duro arando a terra e plantando as sementes. Depois, gasta meses regando e cuidando da plantação. Se ele se apressar e colher as batatas antes do tempo certo, elas estarão pequenas e fracas. Serão batatas sim, mas não estarão boas. Porém, se ele continuar trabalhando e esperando pacientemente, quando chegar a época da colheita ele colherá batatas grandes e fortes. Muito melhores que as primeiras.

Isso é a fé: as batatas crescem debaixo do solo. Logo, o fazendeiro não pode acompanhar o crescimento da planta, nem sabe em que estágio ela está. Ele não sabe sequer se realmente há batatas crescendo em sua plantação. Ele trabalha, crendo que um dia ele colherá frutos do seu esforço.

Então eu estou plantando uma semente desde agora, esperando um dia poder colher uma batata. E não uma batata qualquer, mas uma pringles sabor churrasco!

(Pepper)

sábado, 11 de dezembro de 2010

Above the clouds is always a blue sky ...


    Sua vida está cheia de problemas como a de muita gente? Tudo que você queria ter, tudo que você queria fazer, aquela pessoa que você queria com você, nada disso está dando certo? Não sei se vocês se lembram, mas as coisas pra mim estavam desse jeito. Parecia que quanto mais eu tentava concertar, quanto mais eu tentava deixar de lado, mais aquilo me remoía e acabava comigo. Eu estava literalmente em dias muito nublados e alguns até com perigosas chuvas. Eu não tinha mais vontade e nem motivos para viver, e ter uma vida legal e divertida. Já tinha desistido de tudo e de todos. 
     Final de ano você começa a olhar tudo que você já fez, o que deixou de fazer por medo, o que deixou de fazer porque não era o certo e percebe que muitas palavras foram ditas e algumas que magoaram as outras pessoas. Começa a pedir perdão pelo o que você fez e deixa o seu orgulho de lado porque sua vontade de ajeitar as coisas é muito maior do que ele. E você começa a ver um resultado de todos os esforços que você estava fazendo. 
      E hoje o meu post vai ser pequeno assim porque eu só tenho uma dica para dar: Acredite, Lute, Espere, Entregue, Mude que você vai perceber, que acima das nuvens realmente tem um céu azul.


( Spicy )

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

That's all I need 2




Confusão. Era a única coisa que eu sabia identificar em minha mente. Tudo estava mudando rápido demais e eu não conseguia acompanhar o ritmo. As coisas nunca acontecem como a gente espera. São imprevisíveis. Ele era imprevisível.

Não tive nenhuma reação. Muitas perguntas passavam pela minha cabeça, mas eu apenas permanecia calada, olhando em seus olhos. Ele parecia divertir-se com a situação. De repente resolveu se levantar, me puxando pela mão para uma varanda ao ar livre.

O sol já havia se posto há algum tempo, e o céu estava cheio de estrelas. Uma brisa suave balançava meu cabelo, fazendo com que alguns fios caíssem em meus olhos. Ele tirou uma mecha do meu rosto, colocando-a atrás da orelha. Meu coração se acelerou com esse simples toque. Eu precisava admitir para mim mesma que estava terrivelmente apaixonada por ele.

- Eu já sabia há muito tempo... - Ele começou, como se lesse meus pensamentos, enquanto acariciava minha bochecha com seu polegar.
- Como você descobriu? - Falei, nervosa. Eu sempre tentava ser o mais discreta possível e escondia esse sentimento de todos, inclusive de mim.
- A gente vê o quanto uma pessoa gosta da outra pelo brilho do olhar dela. Quando você olha pra qualquer outra pessoa, seus olhos brilham como aquela estrela - e apontou para uma estrela qualquer, sem nem ao menos olhar. Então ele olhou bem no fundo dos meus olhos e abriu o sorriso mais lindo que se pode imaginar. - Mas quando é pra mim... eu diria que - e apontou para a estrela mais brilhante do céu - até aquela estrela fica envergonhada.

Suspirei, tentando absorver as informações. Minha mente racional e meu coração ferido não deixavam eu me entregar ao momento. Autossabotagem. Eu precisava encontrar o problema, nenhuma alegria vem tão fácil assim.

- Por que eu? - Eu perguntei. Seus olhos me encaravam cobertos de confusão - Quero dizer, você poderia ter qualquer garota que...
- Shh - Ele me calou pondo um dedo sobre meus lábios - Se eu poderia ter qualquer uma, como você diz, então qual o problema de querer a melhor?

Eu corei, fazendo-o sorrir. Eu não me achava digna de tudo isso, muito menos a melhor! Desviei meu olhar do dele, e passei a observar o céu. As estrelas estavam tão longe que meu coração chegava a doer. Ou era por isso que eu achava que ele doía. Na verdade a felicidade é que sempre parecia tão longe de mim. Alegria, por incrível que pareça, me dava medo. Muito medo.

Medo do futuro, medo do que vinha a seguir. Medo de alguma tempestade avassaladora me atingir e eu perder as pequenas coisas que me fazem feliz. Toda vez que a alegria vem, algo muito ruim acontece.

- Tenho medo de te perder - sussurrei.

Já estava esperando uma resposta pronta. Clichês. Palavras usadas em situações iguais para descrever sentimentos idênticos. Eu também tinha medo de palavras vazias.

Mas ele me surpreendeu novamente. Passou seus braços em torno de mim e me envolveu num abraço, dispensando qualquer diálogo. Encostei minha cabeça em seu ombro, me intoxicando com seu perfume. Eu não ia deixar que o medo me impedisse de viver. Quem ama se entrega, sabendo que corre riscos. Mas é a partir daí que entra a confiança. E eu decidi que queria confiar nele. Por ele valia a pena.
Suas mãos viraram meu rosto em direção ao dele, e seus olhos me encaravam intensamente, como se quisessem transparecer a alma. Então ele cantou baixinho em meu ouvido:

"We are the lovers
If you don't believe me
Just look into my eyes,
because the heart never lies."

(Pepper)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

That's all I need



Assim que entreguei as moedas ao trocador, o ônibus acelerou, quase me jogando em cima do velho sentado no banco atrás de mim. Passei pela roleta e me assentei na cadeira alta perto da janela - meu lugar preferido. A chuva caía nos vidros e algumas gotas me molhavam. Ao olhar para o lado de fora me deparei com um engarrafamento terrível no centro. Não me estressava. Eu estava naquele estado infindamente entediado há quase um ano, e nada parecia divertir-me. Tirei os fones da minha bolsa e coloquei qualquer coisa para tocar. John Mayer era a trilha sonora, e com certeza ajudava a livrar do tédio. Eu cantarolava a música:

I'm perfectly lonely (Yeah)
'Cause I don't belong to anyone
Nobody belongs to me

As batidas no banco da frente de acordo com a melodia eram inevitáveis. Quem quer que me olhasse de longe jamais cogitaria uma garota destruída por dentro. O ano já chegava ao fim e eu ainda estava sozinha, como sempre. A solidão me persegue. Já sentindo possíveis lágrimas brotarem em meus olhos, ergui a cabeça, como se as tivesse engolindo. Solitária sim, mas eu não me conformaria em ser triste. Não me conformo e nem devia.

Quando se é adolescente, as coisas são fáceis. É só sentir o coração bater mais forte por algum garoto e pronto, é como se a vida mudasse. Mas com o passar do tempo você percebe que não é só isso, a vida não se baseava apenas nisso. O amor é muito mais do que o mero ato de se apaixonar.

Nunca, em toda minha vida, eu havia conseguido me sentir tão fora de curso, tão em dúvida em relação a tudo. Uma hora eu o odiava, o amaldiçoava por ter tornado minha vida aquela bagunça. Mas depois, era como se algo viesse e levasse tudo embora. Eu precisava daquela droga, daquele homem. Tudo nele me atraía, os olhos sinceros, o sorriso lindo, o jeito desengonçado de andar, seus comentários e trocadilhos toscos... Eu necessitava dele, de qualquer jeito.

Sacudi minha cabeça, tentando dispersar aqueles pensamentos. Não, eu não tinha a menor chance com ele. Seu coração já pertencia a outra. Eu não queria ficar com raiva de Deus. Ele sabe o que faz.

Meu ponto se aproximava e eu dei sinal para o ônibus parar. Desliguei o Ipod e desci na calçada. Caminhei alguns metros e entrei na lanchonete. Logo, meu olhar se encontrou com o dele, que estava sentado numa mesa ao fundo. Ele sorriu torto, fazendo-me relaxar completamente. Podia sentir meu corpo arrepiar-se, provocando um espasmo estranho, uma contração involuntária de meus músculos. Nunca vi sorrisos como aquele, capazes de mover músculos alheios, de relaxar, descontrair, apaixonar...

Dei mais alguns passos e ele se levantou e me deu um abraço apertado. Me assustei com esse gesto. Não que eu achasse que ele sofria de algum transtorno bipolar, mas suas atitudes não eram nem de longe previsíveis. Muito pelo contrário, cada dia eu me surpreendia mais com algo que ele falava ou fazia. Ignorando todas as coisas ruins, uma chama de esperança não se apagava dentro de mim. Ela enfraquecia, mas não perdia seu calor.

Nos sentamos e ficamos conversando coisas banais. Eu não aguentava olhar em seus olhos. Era fraca, sabia o efeito que eles tinham sobre mim. Por isso mantinha os meus abaixados, seguros. De repente ele levantou meu rosto com uma de suas mãos e eu o olhei. Malditos calafrios, estilhaçam a sanidade e células nervosas.

- O que você tem? Não olhou pra mim nem uma vez desde que chegou. Eu sou tão feio assim?

Dei uma risada tímida e desviei o olhar de novo, suspirando. Um silêncio se instalou entre nós, e ele me encarava.

- O que você está pensando agora? - Ele disse, calmo
- Não sei mais o que pensar.
- Então não pense. Faça.
- Esse é o problema. Não posso fazer nada. A situação é pior do que parece.
- Nada é pior do que parece.
- Você não sabe o que eu estou passando.
- Se você me dissesse o que é, eu poderia te ajudar.

Dessa vez eu o encarei, séria. Queria poder dizer: você não pode me ajudar porque você é o problema. Mas no fundo eu sabia que ele era a solução. Então eu não disse nada, apenas sustentei seu olhar. Ficamos nos encarando por quase três minutos. Um tentando entender o que se passava na mente do outro. Não eram necessárias palavras. Apenas um gesto valia mais que um discurso inteiro.

E então ele fez um gesto que me surpreendeu.

Ele se inclinou por cima da mesa e seus lábios tocaram levemente os meus. Meu coração deu um salto e eu perdi completamente o ar e a noção de tempo/espaço. Foi muito rápido e eu demorei um bom tempo para assimilar as idéias. Ele se afastou e sorriu.

Um sorriso que eu nunca tinha visto antes.

Continua...

(Pepper)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

I may even cry...


    É tão bom descobrir a raiz de todos os seus problemas e simplesmente resolver tudo. Te deixa uns 20 quilos mais leve ( se isso realmente fosse possível não existiriam pessoas gordas no mundo). Mas é sério, é muito bom poder resolver tudo e poder descansar na sua alegria. 
    Eu consegui resolver a maioria dos meus problemas em relação a ex namorado, consegui resolver em relação as amigas que eu havia me afastado, consegui resolver em relação aos amigos que eu tinha brigado e sei que eu fiz minha parte em relação a todos. Tem vezes que você pede perdão e as pessoas te perdoam, mas tem vezes que isso não acontece mas isso não está mais no seu controle, você pode olhar tranqüilo e falar : "Eu fiz minha parte". Alguns problemas a gente não tem o poder de resolver, então só resta esperar e entregar pra Deus porque não adianta nada ficar sofrendo. 
    Essas férias tinham tudo para ser péssimas porque eu estou longe de uma pessoa que eu realmente gostava de ver todos os dias por mais que eu não tivesse muita escapatória, minha família as vezes consegue ser muito chata e eu teria que passar o ano novo com eles, sozinha com eles mais uma vez, sem nenhuma amiga comigo pra desejar feliz ano novo de perto, e ainda mais esse ano, que é o primeiro ano que eu vou passar sem a Daniela e de bônus vai fazer um ano que ela morreu. Tinha realmente tudo para ser ruim, mas depois da conversa que eu tive no sábado ( I'm trying to be a better person.) tudo começou a se resolver. 
    Hoje de manhã recebi um telefonema da minha amiga falando que ia comigo pra Cabo Frio. Imaginem a minha felicidade de saber que isso vai acontecer? Imaginem a minha felicidade de saber que as coisas estão bem melhores e que se eu continuar assim vai ser tudo perfeito? Eu quase não estou aguentando de felicidade. E para completar, eu pesei hoje e descobri que consegui emagrecer 3 quilos em um mês e que se eu continuar assim eu vou emagrecer o que eu quero até voltar as aulas, vou conseguir comprar o vestido que eu prometi a mim mesma que compraria quando não estivesse mais gorda, vou pintar o meu cabelo, me cuidar melhor para me sentir melhor e parar de me achar tão feia. 
    Enfim, tenho um conselho...Se tudo está indo muito mal, se cada dia que passa piora, converse com alguém que você confie o suficiente para você contar tudo, mas que tenha a capacidade de te ajudar de verdade, de te falar tudo sem poupar nada e comece a pensar em tudo que você está fazendo por mais que você ache que está tudo certo. Você vai perceber que tudo está ao seu alcance e que Deus não te dá nada que você não possa passar e enfrentar. E que tudo um dia vai se resolver...


E a alegria vem de manhã, e a noite só dura o tempo necessário para que você cresça com isso tudo.. 


( Spicy)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Only enjoy..


A melhor época do ano, aquela que todos nós esperamos desde que as aulas começam, as tão sonhadas e merecidas férias escolares. Mas as vezes essas férias tem vantagens e desvantagens. Vou fazer um post diferente hoje. Farei tipo em tópicos, com as vantagens e as desvantagens, com fotos e afins.

As vantagens:  Você pode relaxar sem ter que se importar em acordar cedo, sem ter que se importar em estudar todos os dias e se preocupar com as provas que você tem todas as semanas.
   Você pode sair com os seus amigos para qualquer lugar sem medo de estar comprometendo suas notas no final do ano, e sem ter medo também de comprometer sua situação em casa por estar fazendo isso.
   Você pode comer e dormir a hora que você quiser.
   Você pode fazer o que quiser, a hora que quiser sem ter nenhum compromisso tipo ir ao colégio, ou ir pra casa de alguém fazer algum trabalho que um professor desocupado mandou você fazer, e que vai valer míseros pontos.
   Você pode viajar, tomar um sol, conhecer gente nova, conhecer culturas diferentes, curtir todos os segundos.
   Você pode aproveitar para ir curtir uma malhação, para emagrecer ou definir os seus músculos e simplesmente querer se sentir bem com si mesmo, ou até mesmo surpreender os outros quando as aulas voltarem.


As desvantagens:  Você fica longe das pessoas que você conviveu o ano todo, quase todos os dias, e a maioria dessas pessoas viaja durante as férias toda e você fica 2 meses sem ver aquela sua amiga, sem conversar com ela porque os créditos do seu celular não dão para cobrir uma ligação inter-urbana.
   Você fica longe daquele menino que você tanto ama, e que não pode sair com você ou porque está viajando, ou porque simplesmente não quer conversar com você, mas que no colégio não tinha como ele fugir disso, porque acabava sendo inevitável.
   Com o esquema de comer e dormir, a preguiça acaba chegando, você desiste da malhação, mas não abre mão da comida e acaba engordando, voltando para as aulas mais gordo e feio do que você já era, e surpreende eles sim, mas pelo lado negativo e eles falam mais mal de você do que o normal.
    Com o tédio te dominando você acaba fazendo besteiras com o seu cabelo que você vai se arrepender profundamente depois.
     Você começa a ter crises de perceber o quão atoa você é por ficar no Twitter, Orkut e Msn o dia todo e percebe que não tem mais o que fazer a não ser ir pra casa de alguém ou ir pro shopping andar aleatóriamente ou gastar o seu dinheiro indo ao cinema ver um filme que você nem queria tanto ver assim.
     Você começa a falar sozinho, criar amigos imaginários, porque só eles vão te aguentar quando você estiver chato o suficiente para criticar tudo e todos.









   E você começa a perceber, que no final das férias, você está tomado pelo tédio e pela súbita vontade de que as aulas voltem para você entrar em um ciclo de querer estar de férias de novo. Então, apenas aproveite e cuidado para não engordar. haha.


(Spicy)

domingo, 5 de dezembro de 2010

I'm trying to be a better person...


   Chegar a simples conclusão que você está incomodando as pessoas não é bom, mas as vezes é necessário.

    Cair a ficha de que algumas pessoas não se preocupam com você tanto quanto parecem também é necessário. É preciso ser seletivo com as pessoas que você conta seus problemas, e as coisas que estão acontecendo com você. Se você simplesmente desabafar com a primeira pessoa que aparecer na sua frente, esses problemas podem voltar um dia pra você muito maiores. O pior tipo de pessoa é aquele que te ouve, te dá alguns conselhos, quando dá, e depois simplesmente começa a jogar na sua cara tudo isso, qualquer situação é um pretexto pra isso acontecer. Mas quando você acha pessoas que olham pra você, percebem que você não está bem e te dão um abraço antes de te perguntar qualquer coisa, você percebe que as pessoas realmente não são iguais mesmo. Essa pessoa não é igual aquela que você sempre tem que ir atrás pra contar o que está acontecendo, que você sempre tem que pedir ajuda, e que ela quase nunca está satisfeita em te ajudar. Existem pessoas que ficam satisfeitas quando ajudam, que estão sempre disponíveis pra te dar um abraço e que não poupam palavras para te dizer o que você está fazendo de errado com a sua vida. 
   E eu conheci uma pessoa assim. A unica pessoa que sabe de todos os meus problemas, a unica pessoa que me deixou falar tudo que estava acontecendo comigo sem poupar nenhum detalhe por mais idiota e insignificante que seja. A unica pessoa que falou tudo que eu precisava ouvir, e na hora que eu precisava ouvir. A unica pessoa que conseguiu de verdade me fazer pensar e me fazer concluir que estava tudo errado e que eu conseguia mudar todas as situações com pequenas atitudes. 
   E essa pessoa era a que menos um dia eu pensei que fosse me ajudar em alguma coisa, porque além de ser um menino, é um menino muito fechado. Mas acho que era pra ser assim. E depois de resolver tudo eu tenho certeza que eu devo tudo isso a mim mesma, a ele, e a Deus que foi e será minha maior força daqui em diante. 
   E eu realmente assim, serei uma pessoa melhor. 

(Spicy) 

But I'm not alone



Ser artista tem seu lado bom. Mas ser um artista que esconde seus sentimentos não é tão bom assim. Não sei se você já experimentou a sensação de haver um furacão dentro de si. É como se todas as suas emoções girassem descontroladamente, destruindo tudo o que atingem. Você precisa colocá-las pra fora, mas não consegue. Você abre a boca para falar, milhões de frases passam pela sua cabeça, e logo são destruídas pelo turbilhão de sentimentos reprimidos ao longo do tempo. Dor, rejeição, solidão.

Eu aprendi a guardar essas emoções para mim. Ninguém mais conseguiria entender como eu. Mente de artista é algo muito complicado. Tenho a mania de achar que posso enxergar sentimentos ocultos, mesmo sabendo ocultar tão bem os meus.

Você vai levando a vida, jogando cada vez mais decepções nas costas, e entulhando cada vez mais pensamentos ignorados.

E então aparece alguém. Aquele que você menos imaginaria. E ele consegue se infiltrar naquela casca que você construiu ao seu redor com tanto cuidado. E ele te entende. Por incrível que pareça, até melhor do que você mesmo. E ele te diz exatamente o que você precisa ouvir, sem nem ao menos ter consciência do que está fazendo. E você descobre que, afinal, você não está sozinho.

Sabe, algumas pessoas nos decepcionam. Mas outras nos surpreendem.

Pessoas assim abrem os nossos olhos pra coisas que o nosso desespero nos impede de ver. Tentar me fazer de forte só me torna mais fraca. Não sou tudo aquilo que aparento ser.
Nem as estrelas do céu estão realmente onde parecem estar.

(Pepper)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

I miss you, I miss you smile...


 Tem horas que simplesmente não dá pra aguentar a saudade daquelas pessoas que um dia já foram tão importantes na sua vida. Falo daquelas que ainda de uma certa maneira é possível um contato pessoalmente e daquelas que já não estão mais entre a gente... Tenho esses dois tipos de saudade.
  Sabe como é perder o seu primeiro namorado, aquele que você passou 1 ano e meio ao lado dele, aquele que estava com você desde sempre e que simplesmente, quando estava tudo bem, ele sofre um acidente de carro e morre. Como é perder uma melhor amiga, irmã do seu namorado, que você cresceu ao lado dela e que ela sabia tudo sobre você e que vocês se viam todo dia e toda hora, e quando você está feliz porque mais um ano começou, você recebe a notícia de que ela morreu. Sabe como é perder a tia que você mais ama no mundo, aquela que quando você brigava com seus pais vinha no seu quarto e te dava um beijo e falava que estaria com você sempre que você precisasse, e 2 dias antes do seu aniversário você recebe a notícia de que ela morreu dormindo. Sabe qual a sensação de tantas perdas assim? Desespero. 
  Você pensa que tudo vai melhorar, até que um de seus melhores amigos viaja pra Nova Zelândia e fica 6 meses fora, e você já não está mais aguentando de saudades dele, e todo dia que tem a oportunidade fala que o ama e que está morrendo de saudades, e descobre que o sentimento é mútuo e que a única coisa que te conforta é saber que daqui a menos de um mês ele está de volta. E nesse tempo você termina um namoro e percebe que ele faz mais falta do que você achava que ele ia fazer, e começa a perceber que ex namorado é a pior invenção do homem porque você já teve a pessoa com você e agora não tem mais. 
   Mas uma das piores sensações sobre a saudade é quando uma pessoa está tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Quando você briga com uma amiga ou um amigo e vocês se afastam, a saudade que fica é muito maior porque além de perder uma amizade, você está perdendo uma pessoa que já foi muito importante um dia. Dizem que o tempo trás de volta o que um dia foi verdadeiro, e que só nos resta esperar... 
   Quanto aqueles que já se foram, estarão sempre em nossos pensamentos, e quando fizermos alguma coisa aqui que lembrarmos deles, saberemos que eles onde estiverem, estão mais que orgulhosos do trabalho que eles fizeram em nós.. 

   O único remédio para a saudade são as lembranças que sempre ficaram.... 




(Spicy)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Empty words, empty promises...


 Quando a gente está com problemas sérios, parece que o mundo dá as costas para você. No Rei Leão fala assim: "Se o mundo dá as costas pra você, você dá as costas para o mundo", mas não sei se é o certo a se fazer. Quando você conhece as pessoas e vira amigo delas, você tem a opção do aos poucos criar uma confiança, ou você pode se entregar totalmente. E eu sempre me entrego totalmente. E eu sempre quebro a cara e digo que não vou fazer isso de novo. Mas sempre faço, e acabo entrando em um ciclo de palavras e promessas sem um significado para ninguém, e as vezes nem pra mim mesma. 
  Vem uma louca vontade de jogar tudo para o alto e desistir daquilo que você demorou pra conquistar ou daquilo que você tanto queria, ou apenas daquilo que te faz bem. É, dá uma vontade de desistir. Mas acho que a mais sábia frase que eu já ouvi sobre isso foi do meu professor de física: "Desistir é uma solução permanente para problemas temporários." Desistir é a solução mais fácil para todos os problemas e todas as situações. Abrir mão das coisas é rápido e muitas vezes poupa sofrimento. 
  Mas as vezes é necessário desistir de sonhos, vontades pelo bem dos outros ou até mesmo para o seu próprio bem. Sofrer em vão, fazer os outros sofrerem por um problema seu não é justo e não é necessário. E é isso que a partir de hoje eu faço. Eu desisto. Cansei de palavras gerarem promessas e ganharem o poder de fazer o que elas realmente não podem fazer...Vou tomar minha dose diária de amor, porque só ele pode me salvar..  

(Spicy)

domingo, 28 de novembro de 2010

Hope is the art of being happy without the happiness ...



       E a esperança de que tudo vai dar certo começa a voltar....

      Você começa a aceitar que vai ser assim, que ele está feliz do jeito que vocês dois estão e que você não vai correr mais atrás. Ai você percebe que ele tem novas amizades, que está conversando demais com elas e começa a sentir mais ciúmes do que o normal. Começa a correr atrás, a cumprimentar, a abraçar, a puxar conversa por mais ridículo que o assunto seja, mas só pra ele te notar mais uma vez e lembrar o quanto ele foi feliz quando estava conversando com você.
      Você percebe que ele começa a fazer mais falta do que você achava que ele ia fazer, e que isso te incomoda ao ponto de você começar a chorar apenas porque ele não te deu um oi quando passou por você, ou quando ele começa a conversar com uma de suas amigas, e até mesmo começa a considerar se ela é mesmo sua amiga.
       E um dia ele volta a falar com você ou dá apenas um simples sorriso quando você passa por ele. Você sem medo se entrega novamente sem pensar nas conseqüências dos seus atos. Você começa a fazer tudo que você tinha prometido a si mesma que não faria mais. Começa a correr atrás dele até mesmo quando ele fala uma coisa que você não concorda ou simplesmente pede desculpas por uma coisa que você não fez, mas acha que foi o motivo dele ter parado de conversar com você por um tempo.
       Quando ele precisa de você é claro que você vai ser a primeira a estar lá para ajudar, e não poupa de maneira alguma adjetivos carinhosos ou apenas demonstrar o quanto você se importa com ele e que estará sempre lá para ajudar em qualquer coisa que ele estiver passando por mais difícil que seja a situação.                     
       Começa a não escutar mais suas amigas e se importar mais com ele do que com elas, e até mesmo com você mesma. Começa a fazer as coisas por impulso e nem pensa em nada do que está para acontecer.
        Mas um dia as coisas param de acontecer do jeito que estavam acontecendo. E a unica coisa que consegue te deixar feliz não é mais um abraço de uma amiga ou até palavras de carinho de alguém que você confia, e sim aquela esperança de que tudo vai voltar a ser como era antes...


    Mas nem sempre volta....

(Spicy)

We are not more children, one day it happens, we have to grow...


    Você sente saudade de quando era criança e não tinha responsabilidade quase nenhuma? Sente saudade de quando lia aqueles livros e acreditava que aquilo um dia realmente poderia acontecer com você? Sente saudade de quando seus pais te tratavam com super cuidados pra você não se machucar e nem fazer nada de errado? Pois é uma das coisas que eu estou mais sentindo saudades ultimamente. 
    Quando se é criança você não precisa se preocupar se você tem prova na semana que vem, e que você precisa de muitos pontos em uma matéria que você simplesmente não consegue estudar de tão chata que é. Quando se é criança a necessidade de se preocupar se aquele menino ou menina gosta de você, se ele está interessado ou quer apenas ficar, e conseqüentemente você acaba não sofrendo por amor. Quando se é criança seus pais não largam de você nenhum segundo porque você ainda é muito pequeno pra fazer as coisas sozinha...Quando se é criança as preocupações são menores, o carinho é maior, as amizades são melhores porque as pessoas ainda não aprenderam a ser dissimuladas...
       Me lembro que quando eu era criança eu corria por ai, passeava pela rua, brincava nos parques, e com isso eu conseguia ser muito feliz com as minhas amigas e amigos e até mesmo com a minha família... A gente fica louco pra crescer mais rápido, pra conseguir uma independência em casa e tudo mais. Só que a gente esquece que quando a gente cresce vem tudo junto e com isso a infelicidade.  
      Um dia a gente tem que crescer, mas devíamos ficar tão felizes como éramos a pouco tempo atrás....

(Spicy)

sábado, 27 de novembro de 2010

I'm perfectly lonely



Incrível como as coisas mudam rápido, não? Em um momento tudo está relativamente bem e, num piscar de olhos, tudo desmorona. Todos aqueles planos, ideais e sonhos são esmagados por decepções.

Nessas horas não adianta guardar a tristeza para si mesmo. A única solução é deixar sair boa parte dela junto com as lágrimas. E foi isso que eu fiz. Liguei o chuveiro e deixei as gotas escorrerem para o ralo, levando consigo toda essa dor. Mas não funcionou. Os problemas continuaram lá, do mesmo jeito que antes.

Eu precisava de um abraço, e ele não tardou em chegar. Muitas das minhas amigas me confortaram, e isso me fez ficar um pouco melhor. Mas aquele vazio continuava lá. Só então descobri que eu não necessitava apenas de um abraço, e sim O abraço. Daquele que me causou tanta dor. O buraco cavado cruelmente no meu coração só podia ser tampado pelas mãos daquele que o fez.

A dor só piorou quando percebi que aquele vazio permaneceria ali para sempre. Eu sabia que meu coração nunca mais seria o mesmo e que ele nunca iria reparar o dano que me causou. Eu sabia que apaixonar-se sempre dói, e que eu sempre me apaixono pelas pessoas erradas. Então o melhor a fazer era permanecer sozinha. Melhor para mim e melhor para os outros. Precisava calar meu coração. Para sempre.

Mas aquela maldita chama da esperança insistia em queimar e a me consumir. Enquanto ela não transborda, eu desligo o fogo. Por favor, faça ela nunca parar de ferver.
Queime comigo.

(Pepper)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

It's all about you



Depois do meu último post eu resolvi tomar um caminho para a minha vida. Decidi aceitar meus sentimentos, parar de escondê-los debaixo do tapete e vivê-los intensamente. Não valia a pena fingir que não sentia.

Vê-lo e não ser capaz de mentir para mim mesma era excruciante. Seus olhos, tão límpidos e puros confortavam-me como chocolate quente em dia de inverno. Olhar para ele naquele dia me fez sentir remorso por ignorar esse amor por tanto tempo. Eu não aguentava mais. Não aguentava mais olhar para a cara dele enquanto ele falava sobre a outra e ainda sorrir. Não aguentava mais aquela repressão de sentimentos. Sabia o que deveria ser feito. Talvez estivesse mesmo na hora de consertar as coisas dentro de mim.

Eu sabia que não estava sendo uma boa atriz. Não estava escondendo de forma alguma minha infelicidade por estar cada vez mais apaixonada por ele. Por isso forcei-me a evitar os mesmos ambientes que ele, e afundei-me nos meus problemas e responsabilidades, esquecendo-me de que bate um coração do lado esquerdo do peito e que, nos meus sonhos, tenho o perigo atentando diariamente. Então eu apenas sucumbia no meu próprio desespero, ocupando a mente com qualquer coisa que não fosse aquele sentimento absurdo. Eu fugia, só para não ter que olhar naqueles olhos...

Até que eu finalmente aceitei. Aceitei que é dele que eu falo em todos os meus posts. Aceitei que é nele que eu penso quando escuto músicas de amor. Aceitei que é ele que vive na minha cabeça o dia inteiro. Aceitei que é ele que faz meu coração saltar e meu estômago dar voltas. Tudo o que eu penso, tudo o que eu sinto, tudo o que eu falo, em tudo ele está presente. It`s all about you.

Chega de ignorar o que eu sinto, isso me mata lenta e dolorosamente. Agora é hora de abraçar a felicidade sem medo de ser feliz. Não sei como serão as coisas daqui em diante, não sei se um dia existirá algo além da amizade, nem sei quem eu serei amanhã. Instabilidade, meu querido leitor, é o primeiro sintoma. Eu não sei ser certa porque eu amo.

(Pepper)

Yesterday's gone I gotta keep moving on...



    Quando eu resolvi criar um blog, a minha intenção era vir aqui quando eu precisasse e simplesmente desabafar, sem ter que dar satisfação pra ninguém de quem era e o porque de tudo. Simplesmente desabafar. E hoje mais do que nunca eu preciso fazer isso, por mais que muita gente não queira saber o que está acontecendo comigo, eu realmente preciso. 
    Eu estou cansada desse ano, cansada das coisas que estão acontecendo comigo, e cansada de amar quem não me ama. Sempre é assim. Eu me apaixono, a pessoa diz que se apaixona por mim. Tempos depois, ela desiste, e fala que é melhor a gente seguir em frente, que vai ser melhor para os dois, e coisas assim. Me esquece e segue a vida..Mas eu não consigo esquecer as pessoas que eu amo, não consigo deixar pra trás aquilo que um dia foi tão importante pra mim. Eu sinto saudade das coisas que me faziam bem, sinto saudade das palavras de amor e de carinho que eram ditas e que agora ficam apenas na lembrança. Por mais que eu tentasse mudar e fazer tornar as coisas melhores para os dois isso já não adianta mais. Ele tem o controle da situação e isso que me deixa pior. 
    O problema todo não é que eu não consigo viver sem ele, o problema é que eu não quero viver sem ele. Eu não quero viver sem o calor dele quando ele me abraça, não quero viver sem os beijos que ele me dava, não quero viver sem situações que só aconteceram com ele assim como eu não quero viver sem ele. Quando você ama a pessoa de verdade, é difícil esquece-la, difícil deixa-la pra trás, difícil seguir em frente sem ela, e eu acho que isso que me deixa pior... 
    O fato dele já ter seguido em frente com a vida dele, já ter me esquecido pode demonstrar que ele não me amou o mesmo tanto que eu amei ele, pode demonstrar que eu não fui tão especial na vida dele quanto ele foi na minha e que eu não signifiquei tanto assim como ele dizia... Isso me deixa pior. Saber que eu fiz papel de idiota quando estava com ele acreditando em tudo que ele dizia e me entregando cada dia mais a um amor que pode não ter existido da parte dele. Foram 6 meses de términos e voltas. Foram 6 meses de amor e felicidade, tristeza e ódio. Foram os 6 meses mais felizes nos meus 16 anos, e por mais que pareça exagero, não é. Por mais que eu quisesse que fosse. 
    Me sinto mal por isso tudo que está acontecendo, ao mesmo tempo que eu me sinto culpada. Quando eu paro pra pensar no que eu fiz de errado eu vejo o quanto eu errei no nosso relacionamento. Vejo que fiz coisas a mais, e vejo que fiz coisas a menos. Não respeitei o tempo como deveria ter respeitado. Não respeitei ele como deveria ter respeitado. Não respeitei a mim mesma como deveria ter respeitado. Amo ele demais e gostaria de falar isso como uma coisa que eu tivesse superado, mas eu não consegui. 
    Por mais que as pessoas falem que eu sou forte, que eu posso superar, elas não sabem nem a metade do que eu estou sentindo e o quanto é difícil pra mim deixar isso tudo pra trás. O quanto é difícil pra mim esquecer o amor da minha vida. O quanto é difícil pra mim olhar fotos, carta e presente sem pensar em tudo que a gente passou junto. E o mais difícil que isso é ter que ver ele todos os dias e perceber que ele não é mais meu....


( Spicy )

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Live and let die



Faz um bom tempo em que eu não escrevo nada no blog. Só tenho criatividade quando estou muito feliz, ou quando estou num momento melancólico e depressivo. Mas dessa vez eu não estava nem de um jeito, nem de outro. Na verdade, nem sei dizer como eu estava. Estava estranha.

Minha vida não está perfeita, nunca está. Mas, problemas a parte, eu não tenho muito do que reclamar. Já passei de ano, minhas férias estão garantidas, tenho casa, comida e roupa lavada, e o garoto que eu gosto é um fofo comigo. Você deve estar se perguntando: "Então, qual o problema?"

Bem, coisas felizes demais ainda me assustam. Diferentemente da tristeza, a felicidade assusta qualquer um. Você não fica surpreso por estar triste. A tristeza é algo comum. Mas quando algo bom acontece, eu já espero o pior, como se já soubesse que a alegria vai durar pouco, e logo vai escapar pelos meus dedos. Breve, passageira. Minha alegria sempre foi efêmera. Sinceramente, sou alguém que não conhece o sabor da felicidade, da satisfação. Sem mais delongas, eu admito a mais pura verdade: fui triste a maior parte da minha vida, e isso me ensinou a estar sempre preparada para sofrer e ser decepcionada. Por um lado isso é bom, me torna uma mulher mais forte. Mas por outro, me impede de aproveitar os pequenos momentos, aos quais muitas vezes eu não dou valor.

Quer um exemplo? Pois bem. Gosto muito de um menino, mas nunca tinha tido coragem de me aproximar. De uns tempos pra cá nossa amizade cresceu e se tornou significativa, sem que eu precisasse forçar nada. Foi natural. Você acha que eu fiquei feliz com isso? Por um instante até fiquei, mas logo minha alegria foi esmagada por um turbilhão de pensamentos pessimistas. "Ele só está te usando num momento de carência". "Ele não se importa realmente com você. Quando ele conversa com você, no fundo ele gostaria de estar falando com a outra". "Isso não vai dar em nada"... Então ao mesmo tempo em que eu me sinto bem falando com ele, eu não curto o momento, porque não quero me iludir e me decepcionar.

E isso não acontece só com meus relacionamentos, mas com toda e qualquer alegria que surge na minha vida. Aposto que se um dia eu ganhasse na loteria, eu ficaria toda desconfiada esperando a desgraça chegar. Sério. Ou eu morreria e não poderia aproveitar o dinheiro, ou ele acabaria de repente. E, por causa dessas preocupações, eu deixo de fazer planos. Deixo de sonhar.

Entende o que eu quero dizer? Eu sei que soa muito complicado, mas também sei que não sou a única que passa por esse tipo de coisa. Acumulo de frustrações gera desânimo e falta de esperança. E isso faz muito mal pra nós, e pras pessoas ao nosso redor. Sabe, temos que aprender a não deixar as decepções nos abalarem, e a não perder as oportunidades de sorrir.

Temos que aproveitar cada momento de riso, esquecendo (ainda que por um segundo) de que existem momentos de choro.

(Pepper)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Without struggle there is no progress...



   Quando você luta muito pra conseguir uma coisa, e começa a ver um progresso realmente é muito gratificante. Venho lutando por um menino desde setembro, e ele nunca tinha notado a minha presença mas de uma hora pra outra, ele começou a conversar comigo como se a gente fosse amigo, e isso me deixou super feliz. Ontem quando eu postei da solidão que eu sentia, sobre ex namorado, e sobre ex amiga, eu percebi que as coisas estavam muito erradas, e que quando é assim, as coisas começam a dar certo. E está dando. 
    Você vê a pessoa e seu coração bate mais rápido, você não consegue falar direito, e quando fala só consegue falar sobre ele. E ai você percebe que está se apaixonando outra vez. Mas será que isso vale a pena? Se apaixonar, sofrer por amor, e se tudo der certo, correr o risco de quebrar a cara outra vez e sofrer mais ainda. Suas amigas estão divididas entre: " Ele é um bom partido pra você, vale a pena investir." e entre " Não vai dar em nada, só vai te fazer sofrer mais ainda.".
   E você? Como você está? Como está o seu coração? Porque se ele realmente estiver dividido, vale a pena esperar mais um pouco para investir nessa pessoa. Você não tem certeza do que está fazendo? Não faça, porque pode se arrepender depois, e arrependimento de não ter feito é melhor do que arrependimento de ter feito bobagem.... 
   E eu acho que eu estou nessa situação de não saber o que fazer, pois tudo está acontecendo muito rápido pra mim. Muitas mudanças ao mesmo tempo, muitas diferenças de pensamentos e acima de tudo muito sofrimento. E eu já não sei se eu quero passar por isso tudo de novo.
   Esperar, esperar, esperar...É o que mais dizem para fazer, e é o que eu menos sigo. Mas é a melhor solução para qualquer situação. Esperar. Se tiver que ser, não importa o tempo, não importa a hora e nem o lugar, mas vai ser. Se não tiver que ser e você estiver esperado, vai perceber que valeu muito mais a pena esperar, do que sofrer. 
  Ninguém nunca disse que seria fácil viver, ninguém nunca disse que seria fácil fazer escolhas como ninguém nunca disse que seria fácil esperar. Mas quando você está em situações difíceis e elas começam a piorar, você percebe que tudo que está acontecendo tem um motivo muito maior do que a gente possa imaginar, porque nós não temos controle nem das nossa mente muito menos controle da mente dos outros. 
  Então, lute sim. Mas espere, que na hora certa, o progresso virá...


(Spicy)